Em 1936, Chaplin atuou, dirigiu e produziu uma fantástica crítica ao mundo industrial, que estava em seu auge. Seu filme, “Tempos Modernos”, é um clássico. Uma sátira a tudo o que estava acontecendo. Muitos já entenderam a destruição causada pela onda industrial no meio-ambiente e estão convencidos que teremos que redesenhar tudo novamente para criar um modelo de vida mais amigo do planeta em que vivemos. Porém, poucos ainda se deram conta do estrago que este modelo de pensar industrial causou em nossas mentes. O alerta dado por Chaplin parece que não foi bem entendido. Read More
Charles
Charles Bezerra, designer, professor-doutor e conferencista, volta a falar de inovação em seu novo livro, A Inovação Holográfica, trazendo contribuições de pensadores que vão do físico David Bohm, ao escritor Aldous Huxley e ao educador Paulo Freire, do filósofo Wittgenstein a Ariano Suassuna, e muitos outros. Afinal, como ele mesmo define, a inovação precisa entre outras coisas de um sistema de ideias para se desenvolver. Como bom acadêmico, revela todas as suas fontes para aqueles que, curiosos, se sentirem provocados a buscar este conhecimento no original.
Sabe o efeito borboleta? – aquela teoria científica que uma ocorrência singular, não importa o quão diminuta, pode alterar o curso do universo para sempre – pois é, desse tipo de interconexão é que se está falando aqui. Tudo colabora para o sucesso ou insucesso da inovação e portanto deve-se levar em consideração o maior número de fatores direta ou indiretamente envolvidos. No livro, ele argumenta que a inovação não é um fato isolado, mas antes ela é dependente de cada parte envolvida, do contexto, da história, do momento, de um todo construído – de um ‘holos’ (em grego: ὅλος – o todo, inteiro, completo). Com isso ele defende que a inovação seja compreendida no seu aspecto ‘holográfico’, como um registro da totalidade. Segundo ele, inovar é “empacotar abstrações” – tornar explícito o conhecimento tácito e/ou implícito, acumulado por gerações, e portanto, nunca é um ato individual. Charles nos lembra o quanto que importantes inovações disruptivas foram muitas vezes no passado a consolidação de saberes ubíquos, de algo que surgiu porque as condições para isso estavam colocadas e irromperam frequentemente em mais de um lugar quase ao mesmo tempo. Foi assim com a fotografia, foi assim com o avião.
“Assim, o conceito da Inovação Holográfica sugere um novo jeito de pensar e realizar atividades de design; uma maneira de inovar que leva em consideração toda a complexidade e interdependência dos agentes, onde tudo está interligado, em movimento, e coisas aparentemente insignificantes podem fazer toda a diferença.”
Ao longo do livro, Charles aponta alguns elementos que movem e potencializam a inovação – não como fórmulas, mas antes como reflexões sobre como nos mantermos abertos. No capítulo final, propõe um modelo conceitual que permite enquadrar as empresas desde o patamar operacional mais elementar, no qual os fatos e objetos dominam, até o patamar filosófico – o mais elevado – aonde inovar é algo que naturalmente faz parte do sistema e não representa esforço adicional – acontece porque deve acontecer. O livro é portanto indicado para todos aqueles que procuram entender e refletir sobre o processo da inovação, seja no ambiente de projetos ou no ambiente empresarial. Além disso permite diferentes leituras e diferentes aprofundamentos, dada a riqueza de citações e referências que ele traz. Leia, inove – registrando o todo – holograficamente.
– Gabriel Patrocinio, fevereiro de 2017
A tarefa de explicar o fenômeno da inovação não é nada trivial. Nós ainda não temos uma teoria geral que explique todos os detalhes do fenômeno criativo da inovação. A quantidade de variáveis e fatores envolvidos é realmente imensa e as interações entre os agentes são bastante complexas.
Muitas pessoas podem ficar surpresas em saber que todas inovações veem do caos, que inovação é na verdade um típico exemplo de um processo caótico. Porque caos é exatamente o que nós evitamos quando projetamos ou interagimos com um novo sistema. Mas, da mesma maneira que o caos cria furacões, rios, congestionamentos ou vasos sanguíneos também cria inovações.
Não quero ser pessimista, mas nós ─ como indivíduos e como sociedade ─ temos muitos problemas críticos para enfrentar. Criamos um padrão de vida que é incompatível com os recursos do planeta, um padrão predatório. Nossa ideia de progresso é materialista, individualista e insaciável.
Fundamentalmente, tudo o que uma organização faz ou produz é resultado de sua cultura. Porém, nós raramente pensamos desta forma. Geralmente, pensamos que são os processos, tecnologias e estruturas que são responsáveis por gerar os resultados – não pessoas, não cultura. Inovação pode perfeitamente ser vista como um produto da cultura – como um concentrado da cultura organizacional.
Pílulas de Inovação é uma série de vídeos para inspirar as pessoas a pensar diferente; uma reflexão sobre os metabolismos da inovação e do design. Um bate-papo para tentar desfazer o que o pensamento mecanicista-linear fez com nossas mentes. Para examinar os pensamentos, problemas e dogmas estabelecidos e suspender as ansiedades. Read More
O portal HSM, um dos melhores sites em conteúdo de administração, entrevistou Charles Bezerra no seu podcast. Ouça o audio na página do portal. Read More
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